NPS, CSAT e CES: como transformar métricas em crescimento previsível e retenção real

Todo gestor de sucesso sabe que conquistar um cliente custa caro. O que poucos percebem é o quanto custa não ouvir, entender e agir sobre a experiência que esse cliente vive após a compra. 

Mais do que preço ou produto, o que sustenta a fidelidade é a percepção construída em cada ponto de contato com a marca. Sem uma escuta estruturada, as decisões ficam reféns da intuição, e os resultados se tornam instáveis.

Clientes insatisfeitos nem sempre reclamam. Alguns simplesmente não voltam. Outros recomendam a empresa com ressalvas. Há ainda os que até continuam comprando, mas já estão em busca de alternativas. 

Para sair desse ciclo de incertezas, um trio se tornou indispensável: NPS, CSAT e CES

Essas três métricas, quando aplicadas de forma integrada, ajudam empresas a enxergar além dos números e construir um crescimento sustentável.

Prepare-se para entender o que significa cada uma delas, como se complementam e, o mais importante, como transformá-las em ações práticas de retenção e fidelização.

O que é NPS?

O Net Promoter Score, ou NPS, é uma métrica de lealdade que se baseia em uma pergunta direta: 

“Em uma escala de 0 a 10, o quanto você recomendaria nossa empresa a um amigo ou colega?” 

A resposta classifica os clientes em três grupos:

  • Promotores (notas 9 e 10): são os entusiastas da marca, aqueles que recomendam espontaneamente e tendem a comprar novamente;
  • Neutros (notas 7 e 8): estão satisfeitos, mas não são engajados o suficiente para promover a empresa;
  • Detratores (notas de 0 a 6): insatisfeitos, com potencial para gerar churn ou críticas negativas.

O cálculo do NPS é simples: subtrai-se o percentual de detratores do percentual de promotores. O resultado varia de -100 a +100.

A grande força do NPS está na sua capacidade de resumir, em um número, o nível de lealdade dos clientes. Empresas com alto NPS tendem a crescer mais rápido, pois têm uma base engajada, que compra mais e indica com frequência. 

Um estudo da Bain & Company mostrou que líderes em NPS crescem, em média, mais do que o dobro de seus concorrentes.

Apesar de também ser usado de forma transacional, o mais comum é o relacional. Para transações específicas é recomendado o CSAT e o CES. 

O que é CSAT?

O Customer Satisfaction Score, ou CSAT, mede a satisfação do cliente em uma experiência pontual. A pergunta padrão é: 

“Quão satisfeito você ficou com [a interação específica]?” 

As respostas geralmente seguem uma escala de 1 a 5, podendo variar conforme o modelo da empresa.

O resultado do CSAT é obtido a partir da média das notas ou do percentual de respostas positivas (por exemplo, clientes que marcaram 4 ou 5 em uma escala de 5 pontos). 

É uma métrica transacional, usada logo após uma interação: um atendimento, uma entrega, uma compra, uma troca.

Sua principal função é permitir o monitoramento da experiência em tempo real. Se o CSAT de uma determinada etapa da jornada começa a cair, é sinal de que algo precisa ser corrigido imediatamente. 

Ele também permite identificar quais canais, equipes ou processos estão entregando uma boa experiência e quais precisam de reforço ou reestruturação.

O CSAT é extremamente útil, mas tem uma limitação importante: ele captura o sentimento do momento. 

Um cliente pode estar satisfeito com o atendimento de hoje, mas ainda assim sentir que a jornada é cansativa ou que a empresa exige muito esforço para resolver problemas. 

É aí que o CES se torna essencial.

O que é CES?

O Customer Effort Score mede o nível de esforço que o cliente precisou fazer para resolver uma demanda. A pergunta típica é: 

“Você concorda com a frase: ‘A empresa tornou fácil resolver meu problema?’” 

A resposta segue uma escala de concordância, normalmente de 1 a 7 ou de 1 a 5.

A lógica por trás do CES é simples e poderosa: quanto menor o esforço, maior a chance de retenção. 

Um estudo da CEB, publicado na Harvard Business Review, revelou que 94% dos clientes que relataram baixo esforço voltariam a comprar, enquanto 96% dos que enfrentaram muito esforço se tornariam desleais.

Mais do que tentar encantar, o foco do CES é reduzir fricções. É tornar o processo simples, direto e eficiente. Isso vale para canais digitais, suporte, logística, cancelamento, trocas, cadastro e qualquer outra etapa da jornada.

Apesar de sua importância, o CES ainda é pouco explorado. Muitas empresas medem NPS e CSAT, mas ignoram o esforço. Com isso, deixam de identificar pontos críticos que, silenciosamente, corroem a satisfação e aumentam o churn.

NPS, CSAT e CES: quando usar cada um?

Essas três métricas não competem entre si. Elas se complementam. 

Cada uma revela um aspecto específico da experiência do cliente:

  • NPS mostra a lealdade e a disposição de recomendar. É uma visão macro;
  • CSAT revela a satisfação em interações específicas. É uma visão tática;
  • CES mede o esforço percebido em resolver um problema. É uma visão operacional.

Usadas em conjunto, formam um sistema robusto de escuta ativa. Enquanto o NPS aponta se o cliente está propenso a ficar, o CSAT mostra onde a experiência pode estar quebrando, e o CES revela os pontos de atrito invisíveis.

A aplicação ideal depende do contexto:

  • NPS: trimestral ou semestral, de forma relacional, com amostra ampla;
  • CSAT: logo após interações-chave, como atendimentos, compras, trocas;
  • CES: após etapas complexas, como suporte técnico, cancelamentos ou processos burocráticos.

A combinação dessas métricas permite cruzamentos de informações.

Por exemplo, se um cliente dá nota alta no NPS, mas relata esforço alto no CES, isso indica que ele ainda está engajado, mas pode se cansar no futuro. 

Já se o CSAT está alto, mas o NPS é baixo, é sinal de que a experiência como um todo não está atendendo a expectativa dos clientes em toda a jornada.

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